"Juro que nunca vou esquecer"
Deixo-vos dois excertos:
"E eu, cheio de vergonha de ser eu, a pensar faltam-me só duas sessões, eles
morrem e eu fico vivo, graças a Deus sofri de uma coisa em importância, estou
aqui para um tratamento preventivo."E conclui,
"... garanta-me que não morre, não pode morrer, no caso de você e da rapariga da
almofada morrerem vou ter vergonha de estar vivo."Obrigado pela lição, António, "juro que não vou esquecer".
Etiquetas: lobo antunes
4 Comments:
De facto é um brilhante texto, como o são todas as crónicas dele. Já não as leio há bastante tempo pois deixei de comprar a Visão e optei pela sua rival, a Sábado (na altura, pareceu-me que a primeira estava demasiado "parcial"), mas sem dúvida que já tenho saudades de ler tão boas crónicas como as de Lobo Antunes!
Parabéns pelo blog André, só agora o conheci mas está muito interessante!
Um abraço
O Lobo Antunes é grande. Muito grande. Quase grande demais para um país como o nosso...
(É esse e o pfc, mas por outras razões...)
Gd abraço
Também gostei muito da crónica do L. Antunes. E a questão de ter vergonha de estar vivo quando se tem tanta gente em sofrimento ao redor dá mesmo que pensar.
Bem apanhado, André!
Olá André
Já tive vergonha de ficar "apenas" com o braço torto, enquanto um puto de cadeira de rodas ficava sem uma perna, no São João, piso 8...
E também tive vergonha quando o senhor da cama do lado disse a um moribundo, que se tinha tentado matar, atirando-se do 2º andar, que se atirasse dali do 8º que morria de certeza...
Há vários tipos de vergonha,a vergonha do tipo A e a do tipo B. A do tipo A só tem quem é humano, a do tipo B, todos temos.
Primo Pedro
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