segunda-feira, maio 16, 2005

Inimputabilidade

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Hermínio Martinho, engenheiro agrónomo, foi durante meses e meses a cara de um projecto pessoal político que tinha, como símbolo, Ramalho Eanes, na altura Presidente da República.
É verdade que, na altura, corria nos mentideros políticos que o ideólogo daquela salgalhada ideológica era, nem mais nem menos, Manuela Ramalho Eanes.
O PRD teve vida efémera mas, apesar de todos os equívocos, logrou enganar o eleitorado e eleger, à custa do PS, um respeitável (apenas no número) grupo parlamentar.
O único facto digno de registo que reconheço relacionado com o PRD foi a apresentação de uma moção de censura - cujas razões estonianas ainda estão por descobrir, bem como o papel de um "homem bom", como Fernando Amaral, do PSD - ao primeiro governo de Cavaco Silva que, para espanto de muitos e muitos, colheu o apoio do PS de Constâncio.
Soares, já PR, decidiu matar dois coelhos de uma cajadada. Convocou eleições intercalares. Para arrumar a sua casa de sempre, liquidar Constâncio e exterminar, de vez, todos os resquícios do "eanismo". Rejeitou uma solução parlamentar sólida, formada pelo PS/PRD e PCP e "deu" a primeira maioria absoluta ao PSD de Cavaco Silva.
(Imagine-se este cenário idílico. O PS, minoritário mas por pouco, face aos apetites vorazes do Conselho da Revolução/PRD com o PCP de Cunhal. Continuo sem saber, até hoje, que vírus terá infectado o cérebro da cúpula socialista que a levou a imaginar que Soares acederia a tal propósito...)
Depois disto, Hermínio Martinho mudou de campo e foi candidato pelo PSD à Câmara de Santarém. Perdeu, mas o PSD arranjou-lhe um emprego condigno.
Nomeou-o presidente da administração da Companhia das Lezírias. E foi nessa qualidade que Martinho fez o negócio da Herdade da Vargem com o Grupo Espírito Santo.
O negócio, no entender do Tribunal de Contas, foi "LESIVO PARA O INTERESSE DO ESTADO".
Ora isto, para bom entendor, significa uma de duas coisas. Ou o eng.º Martinho é incompetente e, perante isso, não poderia ter (nunca) ocupado o cargo ou, então, todo o processo não passou de uma negociata com contornos particularmente mal-cheirosos.
Até hoje, nunca nada nem ninguém investigou o eng.º Martinho, as suas vacas particulares ou os negócios que assinou em nome da Companhia das Lezírias.
São os inimputáveis da economia-política-lusa.
PS: Já me esquecia que Martinho foi vice-presidente da AR. Mas também houve tantos, e alguns tão ou mais incompetentes, que a falta de memória não surpreende...

1 Comments:

Blogger G. said...

Pois, é uma história que já tem anos. E por isso cheira mesmo muito mal. Piada, é ter aparecido só agora...

16/5/05 16:56  

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