Falsas virgens
Anda para aí um intenso ruído de fundo entre a rapaziada da GNR. Tudo porque, no meio do julgamento de uma catrefa de agentes da Brigada de Trânsito da dita, um inspector da Polícia Judiciária disse, preto no branco, que a aceitação de prendas a troco de favores é prática antiga e transversal. E que, assim sendo, dificilmente não seria, será do conhecimento das hierarquias da própria corporação.
Admito que o inspector da PJ tenha sido imprudente. Principalmente tendo em conta que o processo em questão é acompanhado ao pormenor pela Imprensa. È assunto de interesse público. Que não haja dúvidas…
Aceito a reacção corporativa dos agentes da GNR. Porque, não devemos confundir a nuvem por Juno. Nem generalizar rótulos ou epítetos. Nem todos os agentes da BT da GNR são corruptos. Não sei se a maioria o será. Mas que há muitos, isso há.
Por isso, anuncio desde já que conheço três exemplos que envolveram três amigos meus e um amigo de um familiar.
1 - Comecemos por este. Trata-se de um homem rico de Viana do Castelo, proprietário de várias empresas no distrito, infelizmente já falecido. Conheci-o mal, mas sempre lhe achei graça. Era um simplório (no bom sentido) que, por dá cá aquela palha, pagava jantares com Barca Velha apenas pelo prazer da companhia.
Possuía vários camiões. Que nem sempre estavam em condições de circular; nem sempre os motoristas respeitavam os limites de carga, velocidade ou horários. Um dia, o dito empresário comprou uns camiões novos. Um deles foi apanhado em excesso de velocidade e com excesso de carga. Foi multado. Quando o “chefe” da BT soube do caso, sabem o que aconteceu? Simples os agentes cotizaram-se a pagaram a multa do seu próprio bolso. Depois foram falar com o empresário e tudo ficou em casa.
2 – Anos atrás, um amigo e familiar foi colocado em Viana do Castelo. Um dia recebeu em casa uma multa por ter passado um sinal vermelho na sede do distrito. Nada de especial. Mas o cadastro não era o melhor. Arriscava-se a ficar sem carta por vários meses. Lembrou-se do empresário. Falou com ele. Não pagou a multa e, ainda hoje, está à espera que lhe cassem a carta.
3 – Um amigo é apanhado a 190 e mais uns pozinhos na A1. É mandado parar e sopra ao balão. 2,tal. Não tem os documentos em ordem. A BT sugere-lhe que um dos passageiros, um eventualmente sóbrio, conduza o carro até à estação de serviço mais próxima. Leiria. Assim foi. Durante a deslocação, o visado telefona a um amigo a BT residente aqui no Norte. Chegados à área de serviço, o assunto já estava tratado. Foi multado por não ter na sua posse a carta verde, embora tivesse pago o seguro. Prosseguiu viagem até ao Porto e ao volante.
Mais alguma coisa?
Nota de rodapé e para alguns (poucos) interessados na matéria: a foto foi colhida por uma brigada de trânsito alemã. O carro em causa é um BMW M3 que, graças ao trabalho da Hartge, um "mágico" da mecânica BMW, retirou o limitador de velocidade (250 Km/h) acordado entre as três grandes marcas alemãs, com excepção da Porsche, é claro. A mimica gestual nada tem a ver com a mecânica... Sempre são 285 à hora... E matam-se menos que em Portugal...
1 Comments:
Pois, mas lá, na Alemanha, geralmente não conduzem com uns copitos a mais, pois a polícia não perdoa. Por isso, talvez se matem menos do que cá, mesmo andando a maior velocidade...
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