sábado, janeiro 29, 2005

Bagão e o IRS de Santana

Bagão, o justiceiro, não cessa de ameaçar tudo e todos quantos não cumprem as suas obrigações fiscais.
Santana Lopes, e julgo que isso é público e notório, à data da tomada de posse como primeiro-ministro tinha dívidas fiscais, não só o vulgaríssimo IRS como, sobretudo, de IVA, imposto cuja retenção indevida constitui um crime.
Diz-se que Santana apresentou ontem uma certidão das Finanças atestando ter os impostos em dia. Todavia, não diz quando e se os pagou...
Ou quem não se recorda do filme anual protagonizado pelos clubes no momento de inscrever novos jogadores na Federação Portuguesa de Futebol e oficializando a não existência de dívidas ao fisco junto da Liga de Clubes para, um ou dois meses depois, se ficar a saber exactamente o contrário?
Bagão, o justiceiro, nada tem a dizer sobre isto?
Mas tem, ou teve, muito a dizer sobre a atitude de Freitas do Amaral que, a pedido da Comissão de Trabalhadores e dos sindicatos da CGD, emitiu um parecer sobre o assalto governativo ao Fundo de Pensões. Parecer esse que ia de encontro à posição expressa pelos membros do Conselho de Administração que, inclusivamente, ameaçaram demitir-se.
Freitas é, até ver, presidente da Assembleia-Geral da CGD, nomeado pelo principal accionista, o Estado. Assim sendo, e porque Freitas teve a coragem, não sei se a lucidez, isso se verá no futuro, de apelar ao voto no PS, espera-se que o diácono não se fique pelas ameaças - estilo "agarrem-me se não bato-lhe" - e demita Freitas do Amaral.
Não foi isso que aconteceu.
No caso de Santana, o ministro não só escondeu como se calou. Neste último, falou quando deveria estar calado. São manifestações serôdias de coragem...
E já agora: terá o nosso diácono dito algo sobre a execução orçamental?