A primeira história
Passado isto, vamos ao que me contaram. Um empresário, dono de três fábricas, decide construir outra num concelho vizinho do Porto. Entregue o projecto na câmara, o pedido ao Ministério respectivo, financiamento à banca e processo no IAPMEI. Aparentemente, tudo legal e escorreito. Concluída a construção, há que pedir a vistoria camarária. Condição imprescindível à obtenção do financiamento bancário e apoios do IAPMEI.
Numa quinta-feira de manhã, três semanas antes das últimas eleições autárquicas, eis que à fábrica chega uma carrinha com três elementos a bordo. Aproximam-se do cais de carga e perguntam ao único humano que ali se encontrava: “Onde está o patrão?”. A resposta foi imediata: “Sou eu!”.
De imediato, um dos fiscais diz: “Está chumbado, isto assim não pode ser!”. E ala que se faz tarde. Por mímica – um dedo indicador em riste – o dito empresário fica a saber que não poderia ter elevado o nível do solo, único modo de possibilitar o acesso de camiões de grande porte. Solução que havia sido indicada por um técnico camarário mas que, parece, contraria a legislação.
Em desespero, o empresário telefona para a câmara pedindo uma reunião com o presidente. Fala com a secretária e relata-lhe o sucedido. E, num rasgo de génio, conclui a exposição: “Acho que estes fiscais devem ser da oposição!”
Recordo: isto aconteceu numa quinta-feira.
Sexta-feira à tarde, o industrial recebe uma chamada da presidência da autarquia informando-o que estava convidado para ir beber uma taça de champagne com o presidente na segunda-feira à tarde, altura em que lhe seria entregue a licença.
Assim aconteceu. Dias depois, um assessor do presidente, que se encontrava em campanha para a sua reeleição, foi à fábrica e, diplomaticamente, “sugeriu” que uma contribuição monetária para o partido seria muito bem vista. Assim foi: 500 contos.
Isto o que é, dr. Fernando Ruas, o autarca-mor de Portugal?
Numa quinta-feira de manhã, três semanas antes das últimas eleições autárquicas, eis que à fábrica chega uma carrinha com três elementos a bordo. Aproximam-se do cais de carga e perguntam ao único humano que ali se encontrava: “Onde está o patrão?”. A resposta foi imediata: “Sou eu!”.
De imediato, um dos fiscais diz: “Está chumbado, isto assim não pode ser!”. E ala que se faz tarde. Por mímica – um dedo indicador em riste – o dito empresário fica a saber que não poderia ter elevado o nível do solo, único modo de possibilitar o acesso de camiões de grande porte. Solução que havia sido indicada por um técnico camarário mas que, parece, contraria a legislação.
Em desespero, o empresário telefona para a câmara pedindo uma reunião com o presidente. Fala com a secretária e relata-lhe o sucedido. E, num rasgo de génio, conclui a exposição: “Acho que estes fiscais devem ser da oposição!”
Recordo: isto aconteceu numa quinta-feira.
Sexta-feira à tarde, o industrial recebe uma chamada da presidência da autarquia informando-o que estava convidado para ir beber uma taça de champagne com o presidente na segunda-feira à tarde, altura em que lhe seria entregue a licença.
Assim aconteceu. Dias depois, um assessor do presidente, que se encontrava em campanha para a sua reeleição, foi à fábrica e, diplomaticamente, “sugeriu” que uma contribuição monetária para o partido seria muito bem vista. Assim foi: 500 contos.
Isto o que é, dr. Fernando Ruas, o autarca-mor de Portugal?
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