sexta-feira, março 25, 2005

Quem tem amigos...

A fonte não é, de todo, de confiança.
No entanto, ontem à noite, pela hora de jantar, num zapping incessante, ouvi uma história cujos contornos já me tinham sido soprados ao ouvido.
A gestão hospitalar é um dos melhores empregos neste país. Aparentemente vale tudo. São requisitados a empresas de amigos, por amigos dos amigos, amigos que os nomeiam e, depois, vale tudo. Até os prémios, atribuídos por alegada boa gestão anterior, são pagos por todos nós. Carrinhos - Audi, BMW e Mercedes, que os doutores não se sentam em qualquer estofo -, cartão de crédito, telemóvel, despesas de representação e tudo o mais.
Parece-me ter ouvido - mas, como disse, não estava muito atento - que havia doutores a debitar os quilómetros do trajecto casa-hospital, a empresa que geriam à nossa custa, distância essa percorrida ao volante de um carro que não lhes custou um tostão, e cujo seguro e manutenção, era eu, e mais uns milhões de imbecis como eu, que pagavam.
Parece que tudo isto consta de um relatório ordenado pelo anterior ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, que agora terá sido concluído.
Parece que o regabofe atingiu tais proporções que a Unidade de Missão dos Hospitais SA não hesitou e começou já a pedir o reembolso das verbas recebidas indevidamente. Apesar disto, não estou muito confiante. No mínimo, espero que Correia de Campos corte a direito e, porque se trata, no mínimo, de peculato e/ou abuso de confiança, suspenda os gestores. Depois, um simples processo disciplinar para despedimento com justa causa. A seguir, tudo para tribunal, já que é/foi o Estado a sustentar estes crápulas. Por fim, se obtida a condenação, que estes competentíssimos gestores fiquem interditos de exercer funções directa ou indrectamente dependentes do Estado durante uma vintena de anos. Isto é: nomes proibidos em negócios com o Estado.
PS1: na intolerável negociata esqueci-me de citar, embora o tenha mencionado, Oliveira e Costa, o tal secretário de Estado dos Assuntos Fiscais que pontifica no BPN. O mesmo banco que conseguiu calar a Câmara Municipal do Porto, o seu presidente Rui Rio e os competentíssimos vereadores do Urbanismo, Ricardo Figueiredo e Paulo Morais. Assim, por silêncio autárquico, prepara-se para entaipar a Casa de Música.
Como diz o povo: "Quem tem amigos, não morre na cadeia". Nem lá vai parar, acrescento eu.
PS2: Consta que o papel de Fernendes Tato, um fabuloso gestor bancário na reforma à frente do Hospital de São João no Porto, é um mimo. A ver vamos. Não conseguiu, apesar dos esforços, falir o Banco Borges & Irmão. Pode ser que, agora, leve o seu objectivo até ao fim. Por competência, apenas...

2 Comments:

Blogger G. said...

Pois, mas a ver vamos como correm as devoluções dos ditos gestores!

28/3/05 14:26  
Blogger Freddy said...

Até parece a Mafia misturada c os Sopranos...
Abraço da Zona Franca

28/3/05 18:36  

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