terça-feira, janeiro 24, 2006

O jornalismo que temos... ou o que está a dar...

Andam por aí vozes a menorizar a vitória presidencial de Cavaco.
Discordo.
Ganhou e bem. Inteligentemente.
Esmagou a tradicional arrogância de uma esquerda elitista.
Cavaco teve poucos votos? Talvez. Mas ganhou...
Andam para aí vozes a dizer que Sócrates, enquanto secretário-geral do PS - e foi nessa única qualidade que falou domingo à noite - tentou abafar a voz de Manuel Alegre.
Que estupidez! Que má consciência!...
Primeiro, porque só houve um vencedor. Os restantes, o segundo, o terceiro ou o possível e eventual décimo-primeiro, nenhum deles baixou à Segunda Liga.
[...Embora dois deles, por motivos completamente divergentes, devessem passar a jogar nos "regionais". E voltarei ao assunto. Está prometido.]
Perdão! Domingo elegeu-se um Presidente da República. Nada que tenha a ver com a AR.
Se as televisões decidiram interromper o discurso de Alegre - e já agora de Ribeiro e Castro, líder de um partido com representação parlamentar e de governo, sempre como muleta - fizeram-no por opção editorial.
[Já agora. Conheço vários militantes do dito que votaram Alegre... Do mesmo modo que não fizeram campanha ao lado de Rui Rio. A isso chamo dignidade e coerência...]
Tentar disfarçar isto, só revela má-fé e incompetência.
O pior exemplo veio da SIC, órgão oficial da campanha de Cavaco, cujo director teve o desplante de travestir uma decisão editorial com um possível (mas idiota) facto político. [Ricardo Costa no seu pior. Principalmente quando o pivot do telejornal disse, e repetiu, que o canal 3/5 foi o único que, depois, reproduziu o "discurso" de Alegre]
Um pouco mais abaixo, apenas a TVI, que teve o desplante manipulador e totalmente imbecil de fazer uma segunda sondagem à boca da urnas, confundindo, deliberadamente, eleições presidenciais com legislativas. Moniz e o "mastronço" Moura Guedes continuam a tentar segurar os empregos. Mas assim?

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Já a chamaram à ordem e à razão. Felizmente. Era uma questao de sanidade pública. Mas tiveram que ir lá os espanhóis. Enfim.

25/1/06 09:55  
Anonymous Anónimo said...

Jorge, se queres que te diga, nunca gostei muito do termo "falou na qualidade de", muito menos na política. O que é isso de falar na qualidade de? O Sócrates é ou não primeiro-ministro? É também líder do Ps, é certo. Como também o será de muitas outras coisas. Poderá o Sócrates, vir falar para as televisões, sobre as presidenciais, na qualidade de presidente do condomínio de um prédio X? O Sócrates é uma e a mesma pessoa. Tirando isso, meu caro, foi coincidência a mais. Parece uma sucessão infeliz de "vindictas privatas"...

25/1/06 10:02  
Blogger J. said...

continuo na minha. opções editoriais. se o editor da emissão tivesse entendido que a comunicação de alegre era mais importante, diferia a de sócrates. assim não aconteceu...

25/1/06 19:52  
Blogger J. said...

porquê? porque recebeu ordens do largo do rato? é que, a ser assim, estranha-se que a sic também tenha "embarcado" no mesmo barco.
em eleições presidenciais, pouco importa quem fica em segundo lugar, desde que não haja uma segunda volta. o segundo é e será, sempre, o primeiro dos derrotados... já agora, alguém que me diga um facto relevante da actividade política de manuel alegre nos últimos dez anos... deputado, sem interrupções desde o 25 de abril, só me lembro de uma luta com motivações pessoais. a co-incineração, contra sócrates, então ministro do ambiente. fora isso...
mal comparado, parece o cambra do pp. só que mais culto. sabe falar e escrever em português. exceptuando isso, é um peru de vaidade. esgotada em argel, em finais de 60, inícios de 70. século XX, pois claro!
ps: espero que o "seu" movimento de cidadania continue vido durante largos anos. os partidos tradicionais - essa invenção tão criticada como lhe foi útil -, continuem vivos durante largos anos.

26/1/06 03:12  

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