segunda-feira, agosto 22, 2005

Um Minho castanho

De passagem por Matosinhos, relembro imagens que vi na semana passada. O Minho pasto de chamas. Fumo intenso, fuligem em todo o lado, um intenso cheiro a queimado. Gente à beira do desespero. Casas queimadas, árvores transformadas em tochas e foguetes, muitos foguetes.
Dizem que os bombeiros deverão estar sempre presentes aquando do lançamento destes dispositivos pirotécnicos cuja utilidade ou benefício desconheço. Aliás, acho o ritual de uma imbecilidade, de um primitivismo a toda a prova. A verdade é que não há festa popular sem os ditos rebentamentos. Volta e meia, apanho canas no terraço...
Não me espanta nada que o País continue a arder.
A este ritmo, para o ano estaremos libertos de nova "época de fogos".
Porque as couves, se as houver, não ardem tão bem como a nossa floresta.
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PS: A responsabilidade desta catástrofe não é exclusiva do Estado. Ou do Governo. É de todos nós. Porque também somos o Estado...

3 Comments:

Blogger G. said...

Era mais um Minho vermelho, de um vermelho intenso. Que arrepiava...

22/8/05 18:02  
Anonymous Anónimo said...

É claro que a culpa não é só do(s) governo(s). 92% da floresta portuguesa é privada e, em muitos casos (se não for na maioria), está ao abandono, sem limpeza nenhuma e, muito menos, vigilância...
No entanto, o facto de todos os anos se verificar que não conseguimos prevenir e combater eficazmente os incêndios é, também, culpa do(s) governo(s)...
Formação, exército, equipamentos, etc... onde andam?
"Arrepia-me" que só 8% da floresta seja pública... isto quer dizer muito em relação à politica ambiental dos nossos governos ao longo dos tempos...

Mike

23/8/05 10:14  
Blogger FPM said...

confirmo a porra dos foguetes - o elemento mais idiota (tenho quase a certeza disto) da nossa cultura. andei por lá e ardia em todo o lado. triste. em castro laboreiro, por exemplo, um familiar meu (três mais concretamente, um mais exactamente) saiu do carro para ajudar a apagar umas chamas. que não valia a pena ligar para os bombeiros, que nem havia rede telemóvel ali, que os bombeiros só vão atacar se estiver perto de casas (estava a uns 400 metros). pasmei. agora a porra das festas. pelo menos dois lugares perto de melgaço, em monção mesmo (e provavelmente nos arredores), num lugarejo perto de cerveira, em viana... por aí havia muita festa, e ouviasse muito foguete.

23/8/05 12:31  

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