segunda-feira, janeiro 30, 2006

Por favor...

Gostaria que, o (agora) doutor Manuel Alegre - o título académico será extensível a todos, ou quase todos neste país - me explicasse, a mim, que não sou doutor, o que significa um "movimento de cidadania".
Tudo por que Manuel Alegre, admissivelmente doutor há décadas, o título será certamente merecido, mas o tratamento foi proscrito até meados da pré-campanha para as recém-concluídas eleições presidenciais (*), nunca me explicou o que quer dizer com isso.
Muito principalmente quando o percurso político do dr. Manuel Alegre foi feito dentro de um partido, onde não entrou como general, mas quase, formação essa que agora rejeita. Ou enjeita. Por interpostas vozes, que o (agora) doutor anda muito ocupado a reflectir...
...Sobre a reforma, conseguida à custa do sistema político-partidário-parlamentar que agora renega? Vai continuar a falar ao país? Na Assembleia da República, onde é vice-presidente? [Não me lenbro de o ouvir falar sobre nada, exceptuando as vezes em que terá dito: "É a sua vez, senhor deputado!"...] E de onde recebe o vencimento que lhe permite inspirar o tal "movimento de cidadania"?
Já agora: sendo que é, como o disse várias vezes, contra a co-incineração em Souselas - porque, se a dita operação for no Alandroal, já nada é com ele - o dr. Manuel Alegre poderia fundar e financiar - já que os meus impostos também custearam a sua campanha - um movimento contra a fome que assola e vitima os gatos vadios na minha zona.
Tenham pena de mim e expliquem-me, em linguagem que entenda - eu, que não sou doutor - o que é isso de "movimentos de cidadania"...
(*)complexos de esquerda "conveniente?

terça-feira, janeiro 24, 2006

Memórias

O actual DN trouxe-me à memória um projecto empolgante com vinte anos. O arranjo gráfico - não era de Henrique Cayatte, asseguro -, o suplemento de Economia cor-de-rosa, a fazer lembrar o efémero Notícias da Tarde de Freitas Cruz (do JN).
Pois. Nada se inventa...
Mas não havia (mesmo) necessidade!...
PS: Gostaria de ter trabalhado no domingo...
...e de ter proposto um alinhamento inédito para a cobertura das "presidenciais"...

O jornalismo que temos... ou o que está a dar...

Andam por aí vozes a menorizar a vitória presidencial de Cavaco.
Discordo.
Ganhou e bem. Inteligentemente.
Esmagou a tradicional arrogância de uma esquerda elitista.
Cavaco teve poucos votos? Talvez. Mas ganhou...
Andam para aí vozes a dizer que Sócrates, enquanto secretário-geral do PS - e foi nessa única qualidade que falou domingo à noite - tentou abafar a voz de Manuel Alegre.
Que estupidez! Que má consciência!...
Primeiro, porque só houve um vencedor. Os restantes, o segundo, o terceiro ou o possível e eventual décimo-primeiro, nenhum deles baixou à Segunda Liga.
[...Embora dois deles, por motivos completamente divergentes, devessem passar a jogar nos "regionais". E voltarei ao assunto. Está prometido.]
Perdão! Domingo elegeu-se um Presidente da República. Nada que tenha a ver com a AR.
Se as televisões decidiram interromper o discurso de Alegre - e já agora de Ribeiro e Castro, líder de um partido com representação parlamentar e de governo, sempre como muleta - fizeram-no por opção editorial.
[Já agora. Conheço vários militantes do dito que votaram Alegre... Do mesmo modo que não fizeram campanha ao lado de Rui Rio. A isso chamo dignidade e coerência...]
Tentar disfarçar isto, só revela má-fé e incompetência.
O pior exemplo veio da SIC, órgão oficial da campanha de Cavaco, cujo director teve o desplante de travestir uma decisão editorial com um possível (mas idiota) facto político. [Ricardo Costa no seu pior. Principalmente quando o pivot do telejornal disse, e repetiu, que o canal 3/5 foi o único que, depois, reproduziu o "discurso" de Alegre]
Um pouco mais abaixo, apenas a TVI, que teve o desplante manipulador e totalmente imbecil de fazer uma segunda sondagem à boca da urnas, confundindo, deliberadamente, eleições presidenciais com legislativas. Moniz e o "mastronço" Moura Guedes continuam a tentar segurar os empregos. Mas assim?

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Possíveis tentações a ter em conta

Parabéns a Aníbal Cavaco Silva, natural do Poço de Boliqueime – não Fonte, como em tempos das maiorias absolutas do PSD alguém se lembrou de baptizar a terra. Mao não se teria lembrado de tal, mas enfim... – por ter vencido as eleições presidenciais de ontem. Parabéns, sobretudo, por ter seguido e interpretado sem desvios e desfalecimentos a estratégia delineada no laboratório da sua comissão eleitoral. Não tossiu, não mugiu, não tirou catotas em público, apenas mostrou uma expressão genuína quando confrontado com mais uma pulhice de Santana.
Parabéns. Portugal ganhou um presidente asséptico. O que é uma vantagem, tendo em conta a possível surto pandémico da gripe das aves. Estranhei, porém, a ausência de alguns na celebrações. [Dias Loureiro? Oliveira e Costa?] Mas isso fica para outra oportunidade.
Manuel Alegre ganhou a sua batalha. Mas, manda a verdade dizer: que batalha? Ideológica? De cidadania, termo tão vulgarizado na sua boca? Afinal, o que vale, quanto vale e, sobretudo, o que representa Alegre? Uma força antipartidos? Uma ideia para Portugal? Um PRD não-castrense? Se Manuel Alegre e seus comparsas tiverem um mínimo de decência, hoje ou amanhã demitir-se-ão dos cargos e funções que o PS lhes proporcionou e proporciona. É um mínimo exigível...
Jerónimo, o simpático comunista, extravasou o peso do seu próprio eleitorado. É obra...
Louçã fez como os cães ou os felídeos. Alçou a perna e demarcou terreno...
Garcia Pereira? Acho que é um bom advogado mas o seu território equivale à freguesia de Canas de Senhorim...
Vamos, pois, aos políticos.
Soares perdeu. E bem. Não foi a primeira vez que isso lhe aconteceu. Espero, sinceramente, que tenha sido a última. A candidatura arrasada e a destempo e, sobretudo, a sua campanha representarem tudo o que de mau alguma vez o PS produziu. Porém, sendo que as presidenciais são eleições uninominais, esperava que Mário Soares tivesse outros conselheiros. Repetir o MASP1 e confundi-lo com mp3 foi algo que nunca imaginei ser possível... Mas foi, principalmente nalgumas cabeças do PS. [Por falar nisso, corrijam-me se estiver enganado. Acho que vi o "funcionário" Ferreira, da Distrital do Porto, atrás de Soares na sua saída do Altis... Será verdade?]
O PS de Sócrates tem um problema. Que deverá resolver não no imediato, mas sim nos próximos meses...
Resta a dita Direita exultante.
Não falarei aqui do líder do "outro partido", por irrelevância absoluta.
Falo do PPD/PSD de Marques Mendes. Achará o anão minhoto que Cavaco o vai ajudar no que quer que seja?
Asseguro que Cavaco nada tem a ver, nem quer, com o seu partido de origem. Aliás, Cavaco despreza os partidos políticos. Para cúmulo, como já aqui o disse e reafirmo, não por convicção ideológica mas sim por sentimentos de classe, Cavaco situa-se muito mais à esquerda que o "seu" PPD/PSD.
Neste aspecto, e por último, alerto apenas para um perigo. Com a família Ramalho Eanes na "entourage", poderá surgir um novo PRD no horizonte...
São tentações a que Maria poderá não resistir. Principalmente se influenciada pela doutora Manuela...

sábado, janeiro 21, 2006

Tempo de [contra]-reflexão

Como, em tempo de exames, pouco tempo e pouca paciência se tem para a práctica bloguistíca, limito-me a transcrever alguns textos sobre as presidenciais, que subscrevo inteiramente.

"A uma semana. Para os que querem que isto (uma campanha longa, cheia de ressentimentos e de maus fígados) acabe, a advertência: começa na noite de dia 22. Não apenas por causa da noite cheia de facas longas que se prevê. Mas por causa das desculpas que vão aparecer. Até lá vamos ter arrebites, bravatas, cânticos sobre a maré de esquerda que aparece ao dobrar da esquina para salvar a espécie, e sobre a hecatombe prevista para «o monstro» que se encarregaram de fabricar. Ao longo de vários meses, Cavaco foi desenhado como «o monstro» a abater. Esse retrato errante de um poço de defeitos, de uma ameaça fatal, de uma tragédia iminente não assusta ninguém; os seus artífices supõem que os outros são idiotas, um bando de medricas que tem receio de votar contra os proprietários do regime. Nem a esquerda ou a direita têm proprietários e capatazes, nem o país donos para venerar. Escusam de levantar o dedinho autoritário e de fazer ameaças, previsões de catástrofes e de tragédias."

in A Origem das Espécies, por Franscisco José Viegas



"A “arrogância” de Soares, com que parte da direita se delicia, foi arriscar uma candidatura. Sair do pedestal da história. Ir à luta. Fora de tempo, exibindo a política no seu estado puro. Este último combate de Soares é um combate pela política. Não tanto um exercício de arrogância contra os que não lutaram contra o fascismo. Mas o testemunho de um político que se recusa a aceitar que a política seja apenas um exercício de competência. A “obsessão” contra Cavaco Silva é a obsessão contra um político “intermitente” que escolhe as alturas certas para se candidatar a salvador da Pátria e que, sobretudo, a quer resgatar dos interesses mesquinhos dos “políticos profissionais”.
O mundo de Cavaco Silva, asséptico, limitado e sem a mácula da política, é um mundo estranho a Mário Soares que se formou noutros tempos e noutros combates. A sua candidatura nasce deste equívoco, do facto de não ter percebido que, nos tempos que correm, Cavaco Silva é o homem certo para o lugar certo – exactamente porque não é um político. Educado no esforço e na disciplina, Cavaco Silva representa o mérito, o sucesso e a ascensão a que qualquer português pode aspirar na vida. Cavaco Silva é o português novo que fazia parte da mitologia do cavaquismo. O português que quer vencer e que não se resigna. O país, de facto, mudou. Mas isso não retira grandeza ao combate de Mário Soares. Estar fora do tempo é também uma forma de saber estar no tempo."

in O Espectro, por Constança Cunha e Sá
[Nota: apesar de nutrir algum repúdio violento por esta senhora, congenitamente arrogante e inexplicavelmente aborrecida, parece que pela primeira vez na vida tenho que reconhecer que concordo com este seu texto. Quase plenamente.]



"Dia de reflexão.Este bloguer não cavaquista votará Cavaco Silva e não comenta sondagens, indecisos, números, escorregadelas, hipóteses, rastos de glória ou de ressentimentos. Não apela ao voto dos indecisos, porque esses não interessam. Não apela à abstenção. É contra tragédias e lágrimas (porque nenhuma das coisas tem a ver com política). Não alimenta esperanças (porque os resultados são no domingo). Não preza os que têm medo. Não confia nos que têm receitas para tudo."

in A Origem das Espécies, por Franscisco José Viegas

Tempo de reflexão…

… é tempo de sabedoria popular

Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a cantar,
se vires Cavacar, põe-te a chorar.

Quem vai ao mar avia-se em terra;
quem vota Cavaco, mais cedo se enterra.

Cavaco a rir em Janeiro, é sinal de pouco dinheiro.

Quem anda à chuva molha-se;
quem vota em Cavaco lixa-se.


Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão;
parvo que vota em Cavaco, tem cem anos de aflição.

Gaivotas em terra temporal no mar;
Cavaco em Belém, o povinho a penar

Há mar e mar, há ir e voltar;
vota Cavaco quem se quer afogar.

Março, marçagão, manhã de Inverno tarde de Verão;
Cavaco, Cavacão, manhã de Inverno tarde de inferno.

Burro carregando livros é um doutor;
burro carregando o Cavaco é burro mesmo.


Peixe não puxa carroça;
voto em Cavaco, asneira grossa.


Amigo disfarçado, inimigo dobrado;
Cavaco empossado, povinho atropelado.

A ocasião faz o ladrão,
e de Cavaco um aldrabão.

Antes só que mal acompanhado,
ou com Cavaco ao lado.


A fome é o melhor cozinheiro,
Cavaco o melhor coveiro.

Olhos que não vêem, coração que não sente,
mas aturar o Cavaco, não se faz à gente.


Boda molhada, boda abençoada;
Cavaco eleito, pesadelo perfeito.


Casa roubada, trancas na porta;
Cavaco eleito, ervas na horta.

Com Cavacos e bolos se enganam os tolos.

Não há regra sem excepção,
nem Cavaco sem confusão.

De Boliqueime, nem bom vento nem porra nenhuma.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Um ano. Nas margens do minho.

Foi exactamente há um ano, com um post intitulado "desencanto", que o mentor deste blogue iniciou uma nova carreira bloguística ou blogosférica (como preferirem, porque sao tudo neologismos). E nasceu o "Nas margens do minho".

Disseste, Jorge, na altura que Portugal te desencantava. "Sinto-me, por vezes, um estranho na minha cidade, este Porto de que tanto gosto" afirmaste. Portugal pode continuar a desencantar-te, mas estou certo que quando finalmente se criam raízes, as mais fiéis testemunhas da nossa existencia, nasce outro encanto. E tudo se (re)começa a (re)viver de outra maneira. Por isso, estou certo que grande parte desse desencanto que falavas há tempos, desapareceu. Porque outros encantos, incomparavelmente maiores e incomensuravelmente mais importantes, foram nascendo, vao nascendo, pouco a pouco.

Um grande abraço.

Insisto...

Digam o que disserem. Façam o que entenderem. Venham os clunys, o desembargadores, os inspectores, os agentes, as "vítimas" - as aspas são intencionais - e as catalinas, os barreiros e afins.
O actual titular do cargo de procurador-geral da República, é - por incompetência, inépcia, impreparação ou simples negligência - indigno de ocupar o cargo.
A Jorge Sampaio, um ex-advogado e, assim sendo, minimamente conhecedor dos meandros da Justiça - a maiúscula pode transformar-se em minúscula num ápice -, se pretender dignificar o País em fim de mandato, só lhe resta uma opção.
Souto Moura será um ex-PGR no dia 23...

domingo, janeiro 15, 2006

Meu caro

Em política há deveres. Se, por insondáveis mistérios, decidires servir a causa pública.
Quanto a todo/tudo o resto/o restante, são direitos.
Basta de deveres...
Claro que este diferendo radica numa questão geracional. Nasceste, e ainda bem, em democracia. Desde o secundário que te habituaste a votar. Eu não. E, embora tenha falhado duas "legislativas", uma de férias em Espanha (primeira maioria absoluta de Cavaco Silva) e, outras, as primeiras, 1976 - estava longe, noutro hemisfério -, não me abstenho, porque votar, para mim, é um prazer. Saio de lá como que aliviado. Imagina que não falho uma Assembleia-Geral do Condomínio, da mesma forma que não falhava AG's do sindicato, plenários convocados pela Comissão e Trabalhadores, reuniões sindicais ou do Conselho de Redacção.
Sempre como um direito. O direito de exprimir a minha opinião. Boa ou má. Mas a minha opinião.
Pela minha parte, estas linhas encerram uma potencial polémica. Saudável, é claro.
Aplaudo a tua iniciativa e decisão. O voto, pois claro. É sinal que, apesar de longe, ainda te interessas por este santo país...
Quanto ao resto...
PS: Sabes? Um dia, já não sei bem por que razão, filiei-me numa associação de estudantes sediada na Suiça. Julgo que em 1966. Frequentava, então, o Liceu Alexandre Herculano. Com 16 anos fui-me explicar à DGS (vulgo PIDE), ali para os lados do cemitério do Prado do Repouso... A ficha, de então, acompanhou-me, soube-o mais tarde, até Nampula/Moçambique, nos idos de 1974...

Bruxedo

Tinha ou não razão?
O "gato melado" informou o País, via Assembleia da República, que só poderia explicar-se na próxima sexta-feira. Recorde-se que o douto deveria ir lá na terça.
O dr. Souto Moura ganhou mais dois ou três dias numa batalha perdida.
É que ninguém acredita na Justiça e, muito menos, no seu infame papel à frente da Procuradoria-Geral da República.
Há uma década, um então primeiro-ministro, hoje recandidato a Belém, disse que o seu governo iria ajudar o então PR a concluir o seu mandato com dignidade.
Agora, Souto Moura, decide comprar tempo. Porque, sexta-feira 20 é antevéspera das eleições. Que, como é sabido, o PSD acha que são favas contadas...
...Favas que, em última instância, poderão traduzir-se na permanência do "gato melado" na função que, à saciedade, demonnstrou não saber exercer.
Por favor, alguém que exiba um pingo de dignidade e ajude o dr. Souto Moura nesta hora difícil.
RUA!...

sábado, janeiro 14, 2006

Dúvidas

Consta por aí que Souto Moura tem seis dias, contados a partir de ontem, sexta-feira, para demonstrar publicamente que sabe o que anda a fazer na Procuradoria-Geral da República.
Depois de tantas e tão graves tropelias, incompetências e reiteradas indignidades, será que um Presidente da República deste santo país de "faz-de-conta" tem a coragem de demitir um PGR?
Confesso ter dúvidas. Porque, depois de ter conhecido um Cunha Rodrigues, quiçá um dos magistrados mais insidiosos, cobardes e perigosos que alguma vez encontrei, custa-me acreditar numa possível atitude de bom senso.
A magistratura judicial já lhe fez a cama. O cluny não sabe onde se meter. A PT vai enterrá-lo. O 24Horas fez o seu trabalho e desmentiu o "gato melado".
Manter um morto numa função de tamanha importância, sem justificação aparente, apenas serve para descredibilizar algo em que poucos ou nenhuns acreditam: na Justiça.
PS: Terça-feira não largo a televisão. Quero ouvir o que Souto Moura vai dizer aos deputados.
PS2: Descobri que o PGR tem, pelo menos, um amigo. Paula Teixeira da Cruz, uma esconsa, mas mediática, vice-presidente do PSD. Convirá que a senhora não esqueça que Valente de Oliveira está na lista. Então deputado europeu, este ex-ministro do PSD, perdeu uma pasta cujo conteúdo foi amplamente glosado...

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Para que conste

Posso orgulhar-me de ter sido o único português a ter requerido voto antecipado no Consulado de Portugal em Barcelona. Sim, foi mesmo assim. Segundo um documento que me mostraram, enviado à Comissão Nacional de Eleições, «até à data [por mero acaso, a data limite], apenas nos foi requerido o voto antecipado pelo cidadão André Cunha da Costa Gualter de Vasconcellos [i.e., moi même]». Depois de ter ido ao Consulado umas 3 vezes, e em todas elas estarem comigo, na sala de espera, mais 2 ou 3 conterrâneos, a situação é no mínimo estranha.
E para que conste, urbi et orbi, que ontem cumpri tao elevado dever cívico, aqui vos deixo a prova:


A propósito do tema, permitam-me que vos conte uma caricata história que lá se passou há dias. Na primeira vez que lá fui, estava ao meu lado, na sala de espera, o típico zé povinho português, de bigodaça farta e farfalhuda e ramado até ao tutano. Foi atendido logo a seguir a mim. E que queria aifnal o senhor, que pelos vistos era cliente assíduo da casa. Pois queria à viva força que a sr.ª recepcionista lhe desse um papel, um lápis e telefonasse para o F.C.Barcelona, porque seria ele o autor do projeto do novo estádio do Barcelona. E insistia, insistia. E a sr.ª, com uma paciência invejável, lá lhe ia dizendo que não podia ser, que não era possível contactar ninguém, que ali não era o sítio indicado para expor tão ambicioso projecto. Mas tente, tente e diga-les que sou eu, insistia o senhor. Entretanto vim embora, e não sei como ficou a situação. Mas é provável que a autoria do futuro estádio do Barcelona seja de um português. É obra.