quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Até sempre, Zé

Já há muito que não te via. Que não conversávamos. Optaste por Lisboa e pelo Parlamento, ao invés do teu JN de sempre, de um ou outro bar, de noites inenarráveis ali para os lados dos Poveiros de onde só saíamos já de dia. Lamento só por uma ou duas vezes ter apreciado os teus dotes histriónicos e a tua "criatividade" política. Pois não foste tu o inventor de uma ponte entre os soaristas e o ex-secretariado ali nos idos de oitenta? Que baptizaste a nova corrente como a "bissectriz"? Suspeitava-te doente. Só não sabia até que ponto...

...Mas pronto. Partiste de vez. Alguns, não serão assim tão poucos e onde me incluo, continuarão a recordar o teu sentido de humor, a tua (aparente) irascibilidade, o teu vozeirão, enfim, a tua presença.
Até sempre, Zé

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Dia 2

Parece que o campeão do ambiente, o tal que pediu um levantamento popular à população de Coimbra, como forma de impedir a entrada de Sócrates na cidade, não foi eleito...
Nobre Guedes poderá assim regressar à sua actividade profissional com conhecimentos reforçados que lhe poderão ser muito úteis no futuro.
Mas nem tudo são alegrias.
Oriundo das mesmas bandas, Narana Coissoró também ficou de fora. Lamento, já que escasseiam, no Parlamento, figuras coma sua capacidade de oratória.

Dia 1

O PS de Sócrates ganhou as eleições. Honra lhe seja feita porque lutou pela vitória e conseguiu uma inédita maioria absoluta para o partido. É verdade que este resultado não foi obtido, apenas, por mérito próprio. Embora em grande parte o tenha sido.
É verdade que o PS beneficiou e muito da esquizofrenia patenteada por Santana e da incompetência da solução dinástica gizada por Durão com o beneplácito de Sampaio.
O PS já teve o seu fujão. Hoje, o PSD já tem igualmente o seu. E se Guterres saiu amuado com o país e com o seu partido depois de umas eleições autárquicas, Durão foi-se porque, apesar de ter sido uma segunda ou terceira escolha, arranjou um emprego muito melhor na sede de uma multinacional de Bruxelas.
Ainda hoje não compreendi qual o desígnio nacional da ida de Barroso para a UE. Nem quais as vantagens. Vistas bem as coisas, o processo de formação da Comissão Europeia foi tudo menos límpido e revelador da firmeza e competência do “nosso” José Barroso.
Retorno, pois, às eleições. O PS é e foi o indiscutível ganhador. Esmagou a oposição natural e arrasou as ambições marginais.
O PSD, sob a liderança de Santana, Morais Sarmento, José Luís Arnaut, Rui Rio, os Costas, Marco António e Jorge perdeu tudo. Até a dignidade. O futuro afigura-se muito negro para as bandas da São Caetano à Lapa e para Guerra Junqueiro. Os ajustes de contas, pessoais e políticos, serão sangrentos. Mas esperem para ver quando a arraia-miúda, aqueles que prometeram mundos e fundos a alguns ícones do empresariado luso, começarem a perceber que vão perder tudo. Já me esquecia: parece que, no Continente, a rapaziada de Santana apenas estancou a hemorragia geral em Leiria. Quanto ao resto… nem a Madeira se salvou. Claro que Jardim, o patrocinador dos jornais continentais amigos já avisou que vai trabalhar com o próximo governo da República. Desde que este continue a sustentar tudo o que ali se passa.
O PPD/PSD/PSL (partido do Santana Lopes) vai lamber as feridas durante os próximos tempos. O que é mau. Nenhum Governo democrático é bom, ou razoável, sem uma oposição à altura. O que, no caso do PSD implica uma purga ao melhor estilo maoísta. Execuções públicas incluídas…
Parece que Santana se demitiu. Alguém acredita em mais uma manifestação de esquizofrenia?
O CDS/PP perdeu em toda a linha. Perdeu votos e mandatos. Já quase não serve de e para nada. Muleta limiana só lá para 2010. Até lá… oposição e pouca. Porque, longe vão os tempos da qualidade daquele grupo parlamentar que cabia num táxi. Hoje, até a Tégui foi eleita… Portas anunciou o final do seu ciclo. Mentiroso. Mas acho que estava genuinamente emocionado. E, numa atitude de estudada dignidade, anunciou o abandono. Enquanto dá tempo à formação do já previsto e agendado maremoto que o vai levar de novo à presidência do partido.
Ficou atrás da CDU de Jerónimo de Sousa, a revelação. Excelente resultado, melhor prestação. Não só fixou eleitorado com ainda foi buscar votos aos jovens. Costumo dizer: sou anticomunista, mas não anti-PCP. Parabéns, parabéns, parabéns.
Falta, agora, dizer o que penso daquele albergue espanhol chamado Bloco de Esquerda. É verdade que subiram fortemente a votação, mas falharam com estrondo os objectivos. O PS obteve uma maioria absoluta e ficaram atrás do CDS/PP. Não servem para nada e as suas vozes serão rapidamente abafadas. Referendo ao aborto em Junho? A que propósito um mini-partido se arroga o direito de ditar agendas políticas? (Considero que o assunto merece novo referendo e que todos, sem excepção, podem e devem pronunciar-se. Mas também considero que o tema nunca deveria ter seguido a via referendária. Efeitos dos padrecas de Guterres que, por via de Sócrates, regressaram ao Parlamento.)
Espero que Sócrates, no momento em que seja indigitado primeiro-ministro, comece a produzir discursos com outra substância. Já basta de generalidades assépticas!
PS: A partir de hoje exijo que me expliquem e bem algumas coisinhas sobre o mandato de Santana Lopes e do ser governo.

domingo, fevereiro 20, 2005

O jantar da vitória

Dentro de pouco menos de uma hora, cá em casa, começa o repasto da vitória.

Já está...

Pela primeira vez, o PS obteve uma maioria absoluta.
Espero, agora, apenas que Sócrates tenha a decência de colocar à margem grande parte da clientela partidátria.
E que tenha a coragem de indigitar os mais corajosos, discretos e competentes para as difíceis funções governativas que os aguardam.
Quanto aos derrotados, Santana e Portas, uma ótpima viagem de regresso a casa.

Aqui fica a imagem bisonha de um dos apoiantes de sempre de Santana, após ter reconhecido a abada eleitoral.

Hoje é o dia...

Santana anda um cagaço tal, que já não controla o permanente incómodo intestinal. Aflito com a tripa, pede, veementemente, que o deixem ir a uma sanita da Câmara de Lisboa.

Portas, adopta uma postura de Estado e, numa derradeira oportunidade ministerial, oscula um agente da autoridade. Cuja tutela não pertence ao Ministério da Defesa. Mas sempre é um homem fardado... (O borrão na cara do agente da PSP é propositado...)

Hoje, estou certo, acabaremos com este espectáculo degradante…

sábado, fevereiro 19, 2005

Por fim, ar puro

Há pouco menos de duas horas, encontrei dois desconhecidos felicíssimos pelo fim desta lamentável campanha eleitoral.
Uma, numa discoteca ainda vazia, aspirava o perfume de um ambiente finalmente livre de Santana e Portas.

Outro, um dread, mais intoxicado, “snifava” os derradeiros aromas de um "encontro imediato" com Ana Drago. Suponho que terá médico de família, não é cliente dos hospitais sa, os tais que empregam a prima do adjunto do ministro da Saúde, um tal de António Mocho que, depois de amanhã, lá estará na Galp como porta-voz. Foi, é e será um medíocre aprendiz da escrita, ligado aos automóveis, mas que apostou na carta certa, bluff incluído, e logrou bater os adversários. No tempo de Cavaco, o impoluto, pois claro.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Três imagens que dizem tudo


Santana com Carmona Rodrigues. Só falta o “balão” esclarecedor. Cofia o nariz porque lhe cheira a esturro. O cadastrado à ilharga, habitué nas sortidas nocturnas do governante, acabou de informar o dr. Lopes que ou ele lhe paga até amanhã ou domingo à noite lhe "faz a folha". O que, em linguagem "santanês" quer dizer: reúno-me com o Marcelo, telefono ao Marques Mendes e meto uma cunha ao Cavaco, via Pacheco Pereira. Carmona olha para cima a ver se um penico cheio de mijo, dirigido ao líder, não lhe acerta na cabeça.

Santana assina o cheque para regularizar as dívidas fiscais conhecidas e apuradas pelo dr. Paulo Macedo. Quanto aos “calotes” na Figueira da Foz e na autarquia lisboeta, o grande social-democrata continua a aguardar pelas respectivas notificações e espera pela inevitável prescrição. Já falou com o gerente de conta para elevar o montante dos descobertos...

…O próximo que pague a conta, apague a luz e mande desinfestar o Palácio de São Bento.

Payback time

Lamento dizê-lo, mas hoje é o meu primeiro dia de payback. Acabo de digerir os números das várias sondagens eleitorais que, neste último dia, serão glosados até à exaustão.
Como me mantenho determinado em emigrar, mal seja “benzido”, estou-me nas tintas para se o PS tem ou terá maioria absoluta. Claro que, mesmo emigrado, Portugal não foi, nem me será, indiferente. Preferia, certamente, a estabilidade garantida por uma maioria absoluta do PS de Sócrates.
Mas já me contento com as estimativas mais conservadoras. 113-118 deputados na SIC; 115-130 no EXPRESSO. As outras amostras são mais optimistas.
A minha alegria radica num único aspecto: depois de ter conhecido e estoicamente suportado este Governo e este primeiro-ministro, tenho a certeza que uma eventual e onírica coligação PCP-BE-PND e POUS seria melhor que um Executivo chefiado por Santana Lopes.
Da campanha, retenho um total vazio ideológico. Mas, como disse Ramon La Feria, na SIC-N (EXPRESSO da Meia-Noite), já não se fazem campanhas como antigamente. Não é verdade, “cáfila” de Santa Catarina?
Hoje tudo é diferente. Até a irmã Lúcia, paz à sua alma, decidiu intervir…
Domingo, cá em casa, pesem as diferenças geracionais e ideológicas, está a ser organizado o jantar da vitória. Possivelmente com vinhos fora de portas.
Vitória, única, porque, repito, nem o dr. Louçã poderia ser pior que Santana. E este PSD, o PSD dos tachos, subterrâneo, inculto, incompetente, o que vigora nalguns jornais ditos de referência, “dirigidos” por personalidades ditas da cultura mas cujo principal hábito é assassinar a Língua Portuguesa, vai ser castigado. Claro que há outros. Outros que se dizem vultos da vida político-parlamentar, que ninguém conhece, mas que, agora, finda a assessoria dos deputados, já se anicharam na subdirecção de matutinos esconsos.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Obrigado, dr. Santana Lopes

Acabo de saber que sou um, entre um milhão e oitocentos mil portugueses, a quem Santana Lopes escreveu. Sendo bem-educado, e ao contrário do que faço com os quilos de publicidade não desejada que diariamente colocam na caixa do correio, não deitei fora o envelope e li o texto. Ao qual passo a responder:
Fique V. Exa. com a certeza que não fiz, nem farei, o mesmo que o Presidente da República. O dr. Sampaio deu-lhe o benefício da dúvida. Como se não o conhecesse. Pela minha parte, teria poupado o País e os Portugueses ao ridículo generalizado, a três meses de insanidade permanente e de uma estrondosa incapacidade política e pessoal para funções que V. Exa. se sentia ser capaz de desempenhar. É assim com todos. Eu, por exemplo, seria incapaz de desempenhar funções que exijam alguma capacidade de desenho. Conheço as minhas limitações. V. Exa., possivelmente por razões que um psiquiatra poderá estudar e diagnosticar, acha-se capaz de governar o mundo.
V. Exa. perdoar-me-á a franqueza, mas abomino o tratamento por você. Será adequado aos frequentadores das revistas cor-de-rosa, mas por aqui, não.
V. Exa. acha que eu não costumo votar. Enganou-se redondamente. Voto sempre. Dá-me um prazer especial votar. Imagine que até costumo votar nas assembleias do condomínio…
V. Exa., dr. Santana Lopes, esclarece-me que “só com o meu voto será possível prosseguir as políticas que favorecem os que menos ganham e que exigem mais dos que mais têm e mais recebem”. Mesmo sendo verdade, o que até hoje não constatei, estou tão farto de si e de quase todos os outros, que o meu único objectivo é pô-lo com dono.
V. Exa. continua a vitimizar-se. Continuo sem saber o motivo. Razões psiquiátricas?
“Tenho defeitos como todos os seres humanos, mas conhece algum político em Portugal que eles tratem tão mal como a mim?”
Esclareça-me: quem são os “eles”? E os seus defeitos? Quais são? Até hoje continuo sem saber o que, em sua opinião, correu menos bem nestes seus tempos de governação?
“Também o tratam mal a si. Já somos vários”
Se me tratam mal, é comigo. Não faço queixinhas nem lhe encomendei, a si, a minha defesa. Aliás, vistas bem as coisas, V. Exa. é o principal responsável pelos recentes distúrbios gástricos que me assolam. E como, ao contrário do que V. Exa. vem dizendo, faço parte do enorme grupo dos que não têm médico de família e integro, também, o grupo dos inactivos, graças às possibilidades abertas pelo pacote laboral do seu governo, já sei que não tem nada a ver com o período de Durão Barroso, mas V. Exa. herdou a cadeira do poder. Manda a ética – que V. Exa. ignora – que, em caso de herança, se assumam proveitos e dívidas. Sobretudo, graças aos militantes que o seu partido foi colocando em tudo quanto é sítio…
Finalmente, esclareço V. Exa. que no próximo domingo irei votar. Não preciso que me agradeça, até porque não me custará nada. Mas agradeço o pedido. Até porque, o meu voto servirá, estou certo, para o empurrar borda fora. Pode ser que assim V. Exa. fique mais liberto para as ciclópicas tarefas que o aguardam na Câmara de Lisboa, cargo cujas mordomias são muito superiores às de simples deputado.
Depois, se continuar a sentir-se sistematicamente mal tratado, vilipendiado mesmo, consulte um psiquiatra – se tiver médico de família, melhor – e, em último caso, convoque os jornalistas para lhes anunciar o abandono da vida política. Pode, mesmo, depois queixar-se ao Presidente da República.
Obrigado pelo pedido e pelo incómodo que teve em escrever-me…

Recusa documentada


Nem o cão do Pacheco Pereira quer ouvir falar do Santana…
(Imagem colhida no veterinário da Marmeleira)

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Vícios privados, públicas virtudes

A irmã Lúcia, a terceira e última remanescente dos três pastorinhos de Fátima, fenómeno que o "ancien régime" explorou e "vendeu" até à exaustão, fruto da ditadura e da cumplicidade do cardeal Cerejeira, faleceu.
Paz à sua alma. Parece que já havia ultrapassado os noventa anos. Idade que, nem mesmo a vivência no Carmelo, fosse o regime o mesmo, lhe teria sido permitido atingir.
Não sendo um conhecedor da matéria - não só por desconhecimento mas, sobretudo e também por desinteresse -, não sendo um especial devoto dos muitos santuários institucionalizados pelo Vaticano, curvo-me em respeito pelo desaparecimento de um personagem particularmente importante e venerado por tantos e tantos católicos.
O que mais me custa é, porém, assistir e comprovar o ilegítimo aproveitamento político-partidário da morte.
Que, em plena campanha eleitoral, o CDS/PP de Portas tenha feito o seu número, não me espanta. O partido assume ser o porta-voz político da Igreja. Mesmo que esta o condene.
É por isso que considero obscenas as palavras de Ribeiro e Castro, um eurodeputado do CDS/PP. O mesmo se passa com o PPD/PSD de Santana. Habituado a que acontecimentos externos lhe venham dar uma mãozinha, nada melhor que sugerir luto nacional. O que só reforça a indignidade.
(Para mim, e peço desculpa, nem Amália nem Lúcia fizeram algo por Portugal. Já agora, nem Manuel de Oliveira e outros que tais. Este, parece, ainda está vivo...)
O PS de Sócrates, esse é abjecto. Claro que a padrequice de Guterres e dos humanistas, ex-CDS, continuam a ter lá lugar. Mas a obscenidade parece não ter limites. O PS é laico, republicano e maçon. Renegar isto é conviver e adoptar a insídia como modo de vida.
São os tais vícios privados e as públicas virtudes.
PS: Os boatos de que Sócrates tem sido alvo privilegiado são idênticos aos que correm sobre Portas e... Ribeiro e Castro. Este último, ao tempo da AD, foi envolvido numa história algures no terceiro piso do Hotel Altis em Lisboa... Com direito a polícia e tudo.

domingo, fevereiro 13, 2005

A 13 de Fevereiro de 1965...

...uma diligente brigada da PIDE, chefiada por Rosa Casaco, assassinava em Espanha, Humberto Delgado.

Vómito

EXPRESSO de Balsemão, do arquitecto Saraiva e do ex-maoísta Monteiro, actual "qualquer coisa desde que relacionada com o poder vigente", citado por JPP in ABRUPTO:

«Cadilhe desmente Santana.

A fonte é José Lello que nega na própria "notícia" ser a fonte. Ou isto é um jogo de espelhos mútuo e negociado e nesse caso seria para desconfiar dado que existe uma parte interessada, ou é mentira pura: "Amigo de longa data de Miguel Cadilhe, o socialista José Lello foi incumbido pelo PS de avaliar o seu sentimento acerca das declarações públicas de Santana. Na informação que transmitiu ao PS, Lello deu conta de que o ex-ministro de Cavaco Silva se mantinha alheado da campanha, estranhara a anúncio do seu nome e que não estava disponível para integrar um eventual Governo liderado por Santana Lopes. Contactado pelo EXPRESSO, Lello respondeu nunca «abordar em público conversas de âmbito privado». Reconhecendo que troca impressões, com alguma frequência, com Cadilhe, Lello disse ser incapaz de «meter o ruído de fundo da política na conversa com um amigo pessoal».

Duas ou três notas. O EXPRESSO, assim como o PÚBLICO, a escola é comum, são exactamente a mesma coisa. Isto é: a manipulação é total!
Neste caso, e lamento profundamente dizê-lo, gostava que os últimos provedores se pronunciassem. Os joaquins: Fidalgo e Furtado. Os recentes atropelos éticos e deontológicos ultrapassam o admissível...
Quanto ao semanário que conheci ali para na 5 de Outubro, o vómito é uma constante...

sábado, fevereiro 12, 2005

Novidades só lá para 4.ª feira

1) A campanha continua alegre. Sem motivos políticos de reparo. O conteúdo, esse sim, mudou.
De cabeça perdida, Santana foi a Aveiro. E ali decidiu desancar na Imprensa e nos jornalistas.
Não teve razão pelos motivos invocados. Não me parece que o PPD/PSD e o seu líder tenham vindo a ser mal tratados ou retratados pela Imprensa.
Mas teve razão no reparo. Em Portugal, mesmo nos títulos de maior prestígio e circulação multiplicam-se os exemplos de mau jornalismo. Para espanto meu, alguns vieram de gente experiente.
Um texto assinado por António Barreto que, afinal, não o tinha escrito. A famigerada "aposta" de Cavaco numa maioria absoluta do PS, com a agravante de ter havido uma reincidência, até surgir um patético pedido de desculpas na primeira página. A história das declarações do director do Hospital de Viana do Castelo sobre uma paciente que faleceu e que, afinal, não tinham sido proferidas. Estes são, de memória, os exemplos mais recentes.
Mas Santana não se pode queixar. Para quem pretendeu criar uma central de informação e colocou Delgado onde ele está, lamento não não tem idoneidade para proferir qualquer crítica.
Santana é o que é. Sempre o foi. Um incompetente, um mini-playboy, um personagem errático sem qualquer preparação política, técnica ou cívica para desempenhar funções governativas ou autárquicas.

2) Continuo convicto que o aparelho judicial obedece a duas agendas. Uma própria, corporativa. Outra a mando de interesses político-partidários genuínos. O processo da Casa Pia foi o que foi e não tentem atirar-me areia para os olhos. O caso Cavaco teve origem na entourage santanista. Não duvido. Agora o Freeport. De novo um calendário milimetricamente gerido.
Consta para aí que a central de informação de Velez, Delgado e Morais Sarmento prepara mais qualquer coisa para o dia 16...
Vamos lá a ver se se confirma.

3) Pela enésima vez, o senhor procurador-geral da República ordenou um inquérito às fugas de informação sobre processos em segredo de justiça. Afinal para que serve este instituto?

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Obrigado JPP

Por vezes, raramente, José Pacheco Pereira consegue surpreender-me.
Este texto, abaixo transcrito, logrou cativar a minha atenção e obrigar à sua releitura.
Por isso, aqui o transcrevo, com a devida vénia ao autor e ao ABRUPTO onde foi publicado.

«DOIS MUNDOS
Num dos raros momentos de verdade da campanha eleitoral, um duplo retrato de tudo, de Portugal, dos políticos, da televisão, da imagem, da palavra: Portas, outra vez de “Paulinho das feiras”, visitando o “povo” do alto do seu hábito de pequeno lorde, e Jerónimo de Sousa, comovido com os velhos resistentes de Alpiarça. No PCP, o nome e a coisa coincidem; no PP, uma representação gera um mundo esquizofrénico. Num caso, populismo forçado, com a hipocrisia estrutural de um mundo pequeno-burguês yuppie, urbano e cínico, a “descer” ao “povo” sob a forma dos feirantes para gerar imagens “sociais” de televisão; no outro, um Portugal em extinção, pesado de memória e abandono, encurralado por tudo e todos, menos pela sua identidade antiga. A cena de Alpiarça tem qualquer coisa de tragédia clássica, um percurso de sofrimento profundo demais para se bastar apenas nas palavras de revolta. No fundo, ter que dormir uma noite numa oliveira para fugir à PIDE, parece hoje coisa de pouca monta para quem lê sobre todas as desgraças do século num livro. Mas, naquela sala, não se leu, viveu-se, o que faz toda a diferença. E, naquela sala, há uma forma especial de dignidade, que vem de todas as esperanças perdidas, da pobreza, do mundo duro do trabalho, da perplexidade face ao futuro. Aquela gente vem de um mundo que morreu, mas a sua voz faz parte do coro da polis, que já ninguém ouve. Nem nós.»

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Rumo


Grande imagem. Fez-me logo lembrar um puto a levar umas estaladas, um recém-nascido mal tratado durante uma estadia na incubadora, um primeiro-ministro a indicar o rumo ao seu governo.
Só não consegui ainda discernir onde andarão as facadas?

Manifestação de confiança


Já está escolhido e encomendado...
É um bom investimento e será sempre dedutível em sede de IRS. Confio, portanto, na vitória de Lopes nas eleições de 20 de Fevereiro e na continuidade de Bagão à frente das Finanças...

Assim como "quem não quer a coisa"

Será que o porta-voz da Galp, aliás adjunto do ministro da Saúde, já terá aconselhado o dr. Pereira a demitir a administração do Hospital da Guarda SA, a tal que, ao arrepio da lei, admitiu a "prima mocha", vinculando-a à Função Pública?
O que retive da história é simples. Como a passarola - Bartolomeu de Gusmão não tem culpa alguma - não conseguiu ser admitida à primeira, o ministro demitiu o anterior Conselho de Administração. O seguinte, rectificou a situação. Apesar dos pareceres jurídicos apontarem todos, sem excepção, para a ilegalidade do acto.
Já vão ver quanto nos (os pagantes de impostos) vai custar o favor. E, asseguro, ninguém será responsabilizado.

Garanto desde já que, no final deste mês, o adjunto regressa ao grande emprego na Galp.

Que raio de campanha


Esta alegada campanha eleitoral mete aflição. Pela indigência intelectual, pelos truques e manobras baixas, pelo espectáculo mediático televisivo, pelas sucessivas manipulações.
É mesmo um tempo do vale tudo.
Assim sendo, desde já declaro a reafirmo a minha compreensão e afecto por alguns menos favorecidos. Jerónimo, pelo nome (Geronimo, o apache), convicções e eficácia, Garcia Pereira, pelo homem e advogado, já que não me lembro de mais ninguém no actual MRPP e, last bur not the least, Aires Rodrigues e Carmelinda Pereira, ele cabeça de lista por Leiria, foi vidreiro, ela por Lisboa, já com direito a entrevista televisiva. São fundadores do POUS, nascido de uma dissidência trotskista surgida no PS. Foram ambos deputados. Lembram-se?

Acabo de ouvir

Portas a apelar ao voto dos católicos. Não sei se o padre Seabra vai na cantiga. É que correm alguns rumores/boatos muito antigos sobre vida privada do líder do CDS-PP. Nada consentâneos com a moral vigente...
Santana com os artistas. No seu meio natural. Pois não é Santana, ele mesmo, um artista português de renome, só ofuscado pelo mítico "zezé camarinha"? (Deve ser pseudónimo. Ninguém se chama assim. Daí as minúsculas e as aspas)
Por falar em boatos. Parece que Eurico de Melo, um grande eurodeputado do PSD, ressuscitou. Sobre este bisavô do do PPD(?)/PSD(?) continuam a correr muitos boatos, todos eles insidiosos... Falam de uma pasta desaparecida, roubada, sei lá... E de Bruxelas também, já que Estrasburgo é do tamanho da Póvoa de Varzim...

Sócrates já não sei mesmo com quem... Nem onde... Nalgum seminário, com Guterres, pois claro!

O padre Louçã a debitar mais umas encíclicas com aquela arrogância e despudor que o caracterizam.

Socorro!

Acabe-se rapidamente com isto. Preciso de um governo, qualquer um, desde que minimamente honesto e credível.
Santana não cumpre nenhuma das condições mínimas...

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Desabafo


Neste dia de Carnaval, por muitas e variadas razões, envio este gesto sincero de um infante holandês. Guardo esta imagem há longos anos. Hoje, segue direitinha para alguns mamíferos que me deram cabo da paciência durante dois anos.

domingo, fevereiro 06, 2005

Cartaz "ambiental"


Iliteracia? Ou simplesmente um impulso momentâneo dos "marketeiros" populares.
O cartaz esteve exposto. Mas parece que já foi substituído.
Obrigado ao "causa-nossa" e aos "metralhasbros"

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

O debate

O mais aguardado debate deste ano, com regras devidamente importadas dos EUA, saldou-se por um vazio absoluto.
Apesar de algumas maldades da realização - a câmara de Sócrates foi sempre errática- foi este o melhor.
Santana, felizmente, mostrou à saciedade que não está sequer preparado para governar uma obscura residencial. E, suspeito que terá definitivamente concluído a sua carreira de mini-playboy luso.
Que saudades tenho de outras campanhas e outros candidatos...

Histórias de uma campanha

Quadros de uma empresa do Porto, com ligações a alguns dos maiores grupos económicos nacionais, receberam este convite.

Teoricamente vindo da Câmara Municipal da Figueira da Foz, presidida pelo engenheiro naval Duarte Silva - ministro de Cavaco que, e está citado em «O Primeiro de Janeiro», em notícia por mim assinada (1) , na altura me disse "não me fale de Agricultura, navios aindas vá!" -, mas em envelope com o remetente "Pedro Santana Lopes", são convidados a assistir à sessão apresentação de um livro da autoria do candidato a primeiro-ministro onde este falará da sua obra à frente da autarquia. Ali, hoje, na Casa Havaneza o insuspeito autor falará também sobre as suas façanhas na Câmara Municipal de Lisboa.
Fica aqui a pergunta: onde terá sido que o candidato Pedro Santana Lopes obteve a base de dados para fazer mais esta ilegítima a condenável acção de campanha?
PS: Na minha qualidade de ex-combatente, mas não contribuinte para a Caixa Geral de Aposentações, informo que, a par dos bancário e advogados, também não recebi nenhuma carta assinada pelos drs. Portas e Bagão.
(1) Depoimento recolhido ao início da tarde, na Rua de Oliveira Martins, perto do Barril

Português à moda de Rio - explicação única

Esclareço: sou do tempo dos exames da 4.ª classe e admissão ao liceu; dos exames no 2.º e 5.º anos, com duas secções, Letras e Ciências; depois, o 7.º, exames finais em todas as disciplinas e, finalmente, admissão à universidade. Depois, todos os anos e cadeiras. Sem apelo nem agravo. Revisões curriculares e passagens administrativas são assuntos desconhecidos.

Assim:

Obrigado
adj.,
imposto por lei, uso ou convenção; coagido; forçado; necessário; grato; reconhecido; agradecido; sujeito a dívida;

interj.,
agradecido!

Obrigados

do Lat. obligare
v. tr.,
impor a obrigação de; sujeitar alguém por contrato; constranger; forçar; mover, impelir;estimular; incitar; dar como caução; empenhar; hipotecar; penhorar, etc.

v. int.,
impor ou exigir o cumprimento de certos deveres;

v. refl.,
atrair, cativar com atenções, favores; afiançar; responsabilizar-se; contrair obrigação.

Sendo que Obrigado, utilizado como interjeição de agradecimento e não como expressão de obrigação, não vejo como o plural possa ser utilizado. Nem mesmo a forma feminina, Obrigada. Admissível, talvez, por um regionalismo. Nada mais.

The end...

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Epidemia que alastra

A epidemia de estupidez, que parece grassar entre a classe política portuguesa, especialmente entre os candidatos, atingiu agora Luís Nobre Guedes.
Essa de apelar a um "levantamento popular" da população de Coimbra para impedir Sócrates de lá ir não lembra mesmo ao diabo.
Lembrou-se o influente "portista"...

Já viram bem?


Esta é uma razão, se calhar mais uma, que me levará a mudar de armas e bagagens para a margem direita do rio Minho.
Ali, ao contrário daqui, ao menos as campanhas eleitorais são alegres e, sobretudo, mais inteligentes.
Se os especialistas santanetes soubessem disto...
...Mas ainda estão a tempo de mandar imprimir mais uns cartazes.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Português à moda de Rio


terça-feira, fevereiro 01, 2005

Macedónia de assuntos

Intereressei-me e assisti já a muitas campanhas eleitorais, a começar por duas no tempo da outra senhora, embora, verdadeiramente, a primeira que recordo com exactidão, tenha sido a Constituinte nos idos de 1975.
Depois, profissionalmente, acompanhei e relatei muitas outras. Por uma vez apenas participei activamente.
É por isso que, hoje, e sem qualquer rebuço o digo: Pedro Santana Lopes não revela um simples pingo de dignidade e seriedade pessoal e política que nos permita admitir, ainda que remotamente, a sua legitimação como inquilino do Palácio de São Bento, onde aliás reside.
(Já ouvi muita coisa. Muitas histórias. Todas elas verídicas, assim mo asseguraram. Suspeito que não. Mas tenho a certeza que haverá algumas indignas e particularmente picantes.)
Confesso que hesitei muito antes de escrever isto. Depois de várias idiotices e outras tantas aleivosias, a história dos colos, dele e dos outros, entornou definitivamente o caldo.
Santana Lopes nada sabe de política. Obscuro e anónimo licenciado em Direito, tudo deve ao oportunismo pessoal e político que sempre norteou a sua vida.
O seu percurso pessoal, à luz da moral judaico-cristã que tanto diz defender, é um escarro. Santana nunca fez nada na vida. Pela vida, ainda menos.
Foge ao fisco, litiga o IRS e retém IVA. Por este mesmo delito, o senhor João Cebola, na altura sexagenário e proprietário da Oliva, malhou com os ossos na cadeia. Santana não. E depois de divulgar uma certidão do fisco, de cuja exactidão e veracidade me permito duvidar, ainda vem falar de quem vive do seu trabalho por conta de outrém.
Sendo consabido que Santana Lopes nunca fez nada na vida, exceptuando o facto de ter arruinado as câmaras da Figueira da Foz (quatro anos) e de Lisboa (um ano e meio), de ter sido presidente do Sporting (despedido com justa causa e Roquette não o meteu na cadeia porque não calhou) e de acumular a autarquia figueirense com o cargo de comentador na SIC, para onde se deslocava no seu carro, um Mercedes - não se sabe se alguma vez foi pago, embora suspeite que sim, pela Moderna, pois claro - mas pago pela câmara, a única coisa que Santana fez foi engatar ou tentar engatar umas colunáveis decrépitas...
...E cobrar pelas aparições nas revistas ditas cor-de-rosa.
Esqueci-me, propositadamente, da sua participação num reallity show onde fez o tirocínio para as actuais funções.
Recordemos, aqui, que quase todas as "namoradas", as tais que lhe davam e dão (?) colo, pertencem todas à classe alta. O que quer dizer que, pelo menos esporadicamente, pagam as suas contas. Já repararam o que quero dizer? Espero não ter necessidade de me explicar convenientemente.
Santana é um escarro. É um muco gerado pela epidemia (só Portugal não teve, somos muito saudáveis. Também a vaga de calor de 2004 só matou quatro por cá...), é uma pústula desta jovem democracia. Só tem 31 anos...
Plagiando alguns, enchi o saco.
Por favor poupem-me à campanha. Pelo andar da carruagem, o nível ainda vai descer mais. Venham já as eleições!

Bagão Félix, António Mexia, Álvaro Barreto e o inquilino de São Bento já terão comentado a execução orçamental de 2004?

Isaltino Morais disponibilizou-se para ser o candidato do PSD à Câmara de Oeiras. Será que já explicou à Judiciária e ao público em geral, como compete a um político, a história do sobrinho taxista residente na Suiça?

O PS/Porto já frequenta as consultas externas do Magalhães Lemos, ou está a preparar outro tiro no pé? Estejam atentos a algumas possíveis soluções dinásticas...

Victor Fernandéz abandonou o FCPorto. Ainda bem. Em definitivo não era homem para o lugar. Nao teve mão no balneário, a equipa jogava erraticamente, os jogadores evidenciavam uma intranquilidade e uma indisciplina sem paralelo, e uma preparação física de meter dó. Acima de tudo, o treinador parecia não saber o que fazer com os jogadores. As poucas vitórias, na realidade duas, a Supertaça e a Taça Intercontinental foram conseguidas graças ao esforço de alguns jogadores e não ao mérito do treinador.
Com estas críticas, fiquem cientes que respeito e estimo o treinador. Era educado e, tenho a certeza, deu o seu melhor. Mas não foi capaz.
Espero apenas que a SAD não opte por novas invenções, tais como António Sousa e outros que tais. Desculpem lá, mas há gente competente por cá. Manuel Cajuda, Augusto Inácio, o homem do Leiria e do Setúbal.
Fora, os bons estão colocados e melhor pagos. Mas continuo a dizer, apesar dos maus resultados recentes, que Hector Cuper poderia ser uma boa opção. O "seu" Valência, esse mesmo, o que perdeu duas finais consecutivas da Liga dos Campeões, jogava um futebol de encher o olho. E via-se que ali havia dedo do treinador.
Mas desiluda-se a lagartada e as águias: mesmo assim, o FCP será campeão. Mais por demérito alheio que mérito próprio.
Fico à espera dos inevitáveis comments a esta macedónia de assuntos...

Private joke


Ontem, registou-se cá em casa uma efeméride.
Para que tal não se repita, vou ter de comprar umas coisas destas. Algué sabe onde poderei encontrá-las?